No Funchal, Carnaval...
Esta história foi remetida pelo Senhor Doutor Miguel Jardim, da Madeira. O próprio ficou sem palavras, certo dia, no tribunal, quando foi notificado do teor da contestação numa acção de divórcio em que representava a autora.
O Doutor Miguel Jardim propôs uma acção de divórcio, representando uma infeliz mulher que alegava, entre outros, factos graves de violência doméstica. Alegou ainda adultério do réu marido, que receberia visitas femininas em casa do casal, quando a mulher estava ausente. Foi, inclusivamente, referida na petição uma senhora de cabelos loiros que teria sido vista a entrar na casa de morada de família.
Quando a contestação deu entrada no tribunal o Ilustre Advogado, por acaso, encontrava-se na secção de processos a tratar de outros assuntos. Estranhou as risotas dos funcionários, que passavam um processo entre eles. Quando o viram, diz-lhe um deles que o processo era seu. Como quis saber o que se passava, ficou logo a saber que o réu, na contestação, alegava - entre outras coisas - que era falso que enganasse a mulher e que recebesse visitas femininas em casa. Acrescentou que, se alguém viu alguma coisa era ele, réu, disfarçado de mulher, a sair de casa para uma festa de Carnaval. Como prova disso, juntou uma fotografia sua, com um vestido de chita curto e uma cabeleira loira daquelas que se compram num supermercado. Tudo combinava perfeitamente com as suas pernas arqueadas e extremamente peludas e o farto bigode que possuía.
Há que convir que até o mais arguto dos advogados evitaria fazer comentários a esta contestação …