Onde se encontram histórias pouco sérias ocorridas (a sério!) nos tribunais. Este blog viveu, entre Dezembro de 2004 e Janeiro de 2006, das contribuições de quem o leu.

18.12.05

Mais um problema para o Governo...

Os sindicatos de magistrados são já muito antigos. Os das polícias, sob o formato de associações, têm a visibilidadade que se conhece. Os das forças armadas, serão - quem sabe -, talvez uma questão de tempo. Agora, surge um novo problema no campo laboral. O que ainda não se sabe é qual será o sector governativo a ter que lidar com ele...
Veja-se (uma vez mais) esta notícia do
Diário Digital.

"Trabalhadores do sexo ponderam criação de sindicato
Mais de 20 trabalhadores do sexo decidiram hoje no Porto lançar um movimento com o objectivo de criar um sindicato ou associação profissional, como melhor forma de defesa dos seus direitos.

«Este encontro foi o primeiro passo para a criação de um movimento associativo», afirmou a investigadora e ex-trabalhadora do sexo Ana Lopes, salientando que a organização em sindicato «é apenas uma das formas possíveis de associação».

A investigadora em Antropologia e Sociologia, que trabalhou quatro anos em linhas telefónicas eróticas e outras actividades da indústria do sexo, referiu que o encontro de hoje visou debater, fundamentalmente, a violência na prostituição, a discriminação social e o associativismo.

Ana Lopes, que admitiu regressar à indústria do sexo como »opção de vida«, considerou positivo o modelo vigente na Holanda, mas alertou para a discriminação dos prostitutos e prostitutas estrangeiros, a quem a lei holandesa não permite a legalização.
«O modelo da Holanda sempre é melhor do que o da Suécia», afirmou a investigadora, apelando aos legisladores portugueses para que não avancem para experiências «desastrosas», como a criminalização dos clientes da prostituição prevista na lei sueca.
Segundo a psicóloga Alexandra Oliveira, co-organizadora do encontro, a alteração da lei na Suécia «virou-se contra os que trabalham na rua», que tiveram de se mudar para zonas mais isoladas, menos seguras e menos acessíveis a organizações de apoio, para fugir à perseguição policial exercida contra os seus clientes.

O encontro de hoje no Porto teve uma presença maioritária de mulheres, mas também participou um prostituto e três transsexuais, de vários locais do país, incluindo três pessoas de Lisboa. "

Na conferência de imprensa final, Ilda Alves, ex-prostituta, relatou dois dos casos mais graves de violência que sofreu nos 30 anos que dedicou à profissão, os últimos 13 «por opção de vida e não por necessidade», que resultaram num dente partido e em seis pontos num joelho.