Onde se encontram histórias pouco sérias ocorridas (a sério!) nos tribunais. Este blog viveu, entre Dezembro de 2004 e Janeiro de 2006, das contribuições de quem o leu.

6.4.05

Lua-de-mel

As burlas de taxistas de aeroporto a turistas que chegam a Lisboa são recorrentes nos tribunais da capital. Esta história ocorreu nos Juízos Criminais de Lisboa. Recordou-a a juiz que julgou o processo.

Um taxista pouco escrupuloso tentou burlar dois noivos que regressavam de Cancún, vindos da sua lua-de-mel. Na viagem de regresso a casa, no banco de trás do automóvel, ainda estavam noutro hemisfério. Mesmo assim, o taxista teve pouca sorte, porque a recém casada trabalhava, como contabilista, para uma cooperativa de táxis e apercebeu-se de que a tarifa que lhes estava a ser cobrada era exagerada. O caso envolveu a polícia e acabou na sala de audiências. Muito tempo depois, claro, que a justiça é lenta. Normal.
Menos normal foi o tom dissonante dos depoimentos testemunhais dos dois noivos. Não foram rigorosos e não foram nada esclarecedores.
Como assim, perguntava a juiz? Não se lembram? Era a vossa lua-de-mel. Concerteza que se recordam daqueles dias!
Pois é; a vida moderna e a morosidade da justiça têm consequências destas: os noivos, entretanto, já estavam divorciados e tinham varrido das respectivas memórias as recordações que importavam para este caso.