Onde se encontram histórias pouco sérias ocorridas (a sério!) nos tribunais. Este blog viveu, entre Dezembro de 2004 e Janeiro de 2006, das contribuições de quem o leu.

22.12.04

A Justiça não tem exercitado a sua vocação para a defesa dos direitos dos animais.

Informações prestadas por um oficial de justiça ao Magistrado titular de um determinado processo crime, num tribunal da grande Lisboa, na sequência de apreensões efectuadas.

Informação:
15 de Julho de XXXX
Algo consternado, cumpre-me informar que a canária amarela apreendida no processo à margem indicado foi, hoje e há poucos minutos agredida pelo melro, seu companheiro de cativeiro, e encontra-se já cadáver, jazendo quase desfeita sobre o fundo conspurcado da gaiola onde os seus restos mortais estão a ser devorados pelo próprio homicida, reinando na gaiola um ambiente macabro.
Para o que V.Exª tiver por conveniente, sentidamente presto esta informação.
(assinatura ilegível)

Despacho do Magistrado:
Consigno que verifiquei o crime exposto.
(data e assinatura ilegível)

Informação:
21 de Julho de XXXX
Informo que apareceu hoje morta a outra canária apreendida – de cor parda -, apesar dos cuidados possíveis tidos com a mesma, designadamente com alimentos e água, diariamente, a cargo do escriturário F… e a meu próprio, que custeei as despesas com a alimentação dos mesmos.
Para que V.Exª tome disso conhecimento, presto esta informação.
(assinatura ilegível)

Informação:
28 de Julho de XXXX
Informo V.Exª que foi encontrado morto esta manhã o melro que era o último sobrevivente da gaiola apreendida nos autos em epígrafe, que se encontram em investigação.
(assinatura ilegível)